quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Verdades não ditas



    Queria falar tudo que está guardado bem aqui dentro. Mas não posso.
    É por isso que às vezes dá vontade de voltar a ser criança, pois naquela época a gente não tinha medo de falar o que queria e sentia, simplesmente falava e nem pensava nas consequências. Eu era mais feliz naqueles dias, nada precisava esconder. Não havia essa dor, esse sentimento que corrói por ter que guardar aquilo que se quer falar. Havia mais verdades, não que agora haja mentiras, mas há, sim, verdades que não podem ser ditas; sentimentos que não podem ser expressados, que têm que ficar contidos, guardados e escondidos.
    Por que tem que ser assim? Seria tão mais fácil poder falar sem ter medo do que vão pensar. Poder dizer “eu te amo” sem medo do que o outro vai ficar achando. Poder dizer “me dá um abraço” sem medo de parecer bizarro. Poder dizer o que sente, sem joguinhos, ser apenas transparente. Mas não dá. As pessoas se assustam com a verdade, têm medo da realidade. E se a gente diz o que sente, ficamos vulneráveis. 
    E dessa maneira, tudo continua na mesma. Cada um vivendo sua agonia interna, medindo palavras, sempre receosos do que o outro vai pensar quando a verdade, finalmente, se revelar.


Neliane Viana 17/11/2010

Um comentário:

  1. Sinto o mesmo... No fundo, acho que todas as pessoas pensam o mesmo. "Não sei o que é", mas há muito tempo "algo" tem travado os seres humanos quando o assunto é o amor. Acho que, como cristãos, somos chamados para fazer a diferença nesse ponto... Dizem que não há argumento mais forte a favor do cristianismo do que a união e o amor entre os irmãos. Devíamos deixar Deus inundar nosso ser de amor a cada manhã e, durante o dia, dizer "eu te amo" e "pedir um abraço" sem medo... começando entre nós e, depois, revolucionando o mundo. Afinal, nessa grande controvérsia entre o bem e o mal, eu, definitivamente, quero que o amor vença. rs
    Um abração, Nelly!

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