quinta-feira, 30 de junho de 2011

Como acreditar?





Eu voltaria ao passado
Se conseguisse o tempo controlar
Sempre deixamos pro futuro
Aquilo que é preciso renunciar
Eu nunca imaginei que um dia
Fosse ver decepções em seu olhar

Como acreditar no amor
Como viver sem ter rancor
Se o coração está ferido
Como aprender a confiar
Como enxugar as lágrimas
Se a dor no peito é tão imensa!
A resposta está somente na oração.

Parece não existir saída
Será que um grande amor chega ao fim?
Sem se abrir ninguém perdoa
Não há como encontrar a solução
As provações transformam vidas
Acedem emoções no olhar
Como dizer adeus?

Se o adeus só vai trazer mais problemas
Ou desistir sem mesmo tentar?
E como fugir se ainda te amo?
Me perdoa, se eu errei vamos recomeçar.

by Társis Iraídes

terça-feira, 28 de junho de 2011

Motivo



Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.


Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.


Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

by Cecília Meireles

terça-feira, 21 de junho de 2011

A última chance



Uma última chance
Uma última oportunidade de mostrar tudo o que não foi mostrado
Uma última ocasião para provar que poderia dar certo
Esse era seu último pedido
Mas nem isso lhe foi concedido
Esforçar -se – ia
Daria tudo de si
Mas se mesmo assim não conseguisse o pretendido
Tudo bem
Pelo menos teria a oportunidade de tentar
E não passaria a vida se perguntando como seria

Uma última chance era o seu único e último desejo
Seria tão sacrificante concedê – lo?
Seria tão ruim assim?
Nunca se saberá
Pois lhe foi tirada a chance de tentar
E o que poderia falar, insiste em se calar
Sempre foi assim
Não é agora que vai mudar
E a última chance? Essa nunca existirá.

by Neliane Viana

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Obrigada pelo carinho



É tão bom saber que algo que fazemos é valorizado e admirado por outras pessoas. Hoje, recebi uma grande demonstração de carinho e admiração por alguém que lê este blog e eu gostaria muito de agradecer. Danilo Ferreira, não sei quem você é, mas muito obrigada, de verdade! Recebi o presente e gostei muito! Que bom que gosta do que escrevo aqui, e espero que continue lendo e gostando. E obrigada, também, a todos que tem acompanhado esse blog! 

by Neliane Viana

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O paradoxo de nosso tempo



O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mas desfrutamos menos. 

Temos casas maiores e famílias menores; mais medicina, mas menos saúde. Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral. 


Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma irresponsável, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente pensamos... 

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, 
amamos raramente e odiamos com muita frequência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. 
Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não vida á extensão de nossos anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso novo vizinho. 

Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos 
coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. 

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e 
caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são 
tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra no lares; temos 
mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de tipos de comida, mas 
menos nutrição. 

São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais 
belas, mas lares quebrados. 

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também 
descartável, ficadas de uma só noite, corpos acima do peso, e pílulas que 
fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar. 

É um tempo em que há muito na vitrine e nada no estoque; um tempo em que a 
tecnologia pode levar-lhe estas palavras e você pode escolher entre fazer 
alguma diferença, ou simplesmente apertar a tecla Del. 



Autor desconhecido

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sem palavras





Existe  um  vazio  e  uma  interrogação no  ar 
Provocados por essa ausência inexplicável.
Passam-se os segundos, minutos, horas,
Dias, semanas... e continua  o  silêncio.
Pensamentos diversos vão  e  voltam,
Num turbilhão  de  emoções latentes
Que  buscam  e  rastreiam lampejos
Em busca de descobrir  o por quê?
Causa  que  possa  tentar explicar
Essa  ausência   de   justificativas
Plausíveis, claras e ponderadas,
Que surtam o efeito de aplacar
A angústia, ânsia  e  tormento
Dessa triste e longa espera, 
Que parece não  finalizar...
Mas isto tem que acabar!
Esse silêncio demonstra
Que a resposta existe,
E   só  falta   aceitar
Que o fim chegou.
Sem palavras.
É só o fim.
O fim



by Rosana Nobrega

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O inexplicável



O que deu errado?
O que aconteceu?
Ainda não deu pra entender
O que parecia tão perfeito, simplesmente se desfez.

No meio do caminho fiquei
Sem entender
Sem saber o que fazer
Não era pra ser assim
Não me diga que sabe o que é melhor pra mim
Isso só eu mesma posso dizer
Sei bem o que em  minha vida eu quero ter.

by Neliane Viana

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Tudo que vicia começa com C




Os vícios vêm como passageiros, visitam-nos como hóspedes e ficam como amos. (Confúcio)

Há momentos na vida de um ser humano em que ele se vê sem nada realmente interessante pra fazer.

Assim, sem companhia, computador ou iPode e com celular fora de serviço, numa viagem de ônibus para Cruz Alta, fui obrigada a me divertir com os meus próprios pensamentos.

Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios.

Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insigth: tudo que vicia começa com a letra C!

De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com cê.

Inicialmente, lembre do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada.Cigarro vicia e começa com a letra c. Depois lembrei das drogas pesadas: cocaínacrack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com cê.

Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também - adivinha - começa com a letra c. 

Refletindo sobre este padrão cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insigth finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois cês no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum. Impressionante, hein?

E o chocolate? Este dispensa comentários. Vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana.

Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada "créeeeeeu". Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade ... cinco.

Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o "ato sexual", e este é denominado coito.

Pois é. Coincidência ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia. Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura.

By Ricardo Mallet

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Normalidade em meio ao caos

    De um lado, o canto dos passarinhos, crianças brincando, pessoas trabalhando; de outro, desigualdades, miséria, fome e guerras. Juntos, estes cenários formam o contraste do dia - a - dia em que a população do século XXI está inserida: estando no meio desse conflito, o ser humano procura adaptar - se levando o máximo de normalidade a sua vida.
   Finalizada a Primeira Guerra Mundial, iniciou - se a Segunda, depois a Guerra Fria e hoje vivemos em uma sangrenta Guerra Civil. Contudo, mesmo diante desses conflitos, a professora continua ensinando aos seus alunos, o médico continua cuidando dos seus pacientes e a dona de casa a realizar suas tarefas domésticas. Nada se modifica no cotidiano dessas pessoas; nada se modifica porque as pessoas precisam realizar suas tarefas para sobreviver, pois não adianta se desesperar já que esse desespero não levará a nada. Portanto, o que lhes resta é viver e sobreviver em meio ao caos.
      A normalidade em meio à guerra pode parecer um total absurdo. Contudo, se pararmos para refletir, veremos que esta normalidade se faz necessária. Imaginem se na Guerra dos cem anos, por exemplo, as pessoas simplesmente ficassem presas em suas casas, esperando que a guerra acabasse. Provavelmente, o número de mortos seria bem maior, pois estas pessoas não teriam como conseguir alimento estando presas em suas casas. Além disso, o número de analfabetos também aumentaria, já que as crianças seriam impossibilitadas de ir à escola. Portanto, por mais brutal que nos pareça, viver normalmente em meio ao caos tornou - se necessário ou até mesmo essencial.
     A maneira que o homem encontrou para sobreviver a esse terrível cenário foi levar uma vida normal. Isso não significa indiferença, embora alguns realmente sejam indiferentes, mas significa que o ser humano consegue se adaptar. Mesmo em meio a situações turbulentas tais como a violência presente nas ruas, o medo, a insegurança, ainda sim, as pessoas continuam trabalhando, estudando e divertindo - se, ou seja, a normalidade em meio a guerra já se tornou normal.

by Neliane Viana