quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pai, começa o começo!



                                                             por Neurociências em Benefício da Educação

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - "pai, começa o começo!". O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.
           Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então; o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.
              Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...
               Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.
              Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:
             “Pai, começa o começo!".


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quando eu olho pra você



Quando eu olho pra você eu vejo sinceridade
Quando eu olho pra você eu vejo caráter
Quando eu olho pra você eu vejo ternura
E quando eu olho mais uma vez para você
Eu sinto uma admiração imensurável.

Quando eu olho pra você eu me sinto segura
Quando eu olho pra você eu lembro de que nunca ninguém me fez tão feliz
Quando eu olho pra você o meu coração bate mais forte
E eu percebo que mesmo nos momentos mais tortuosos
Basta olhar para você e a certeza do meu amor se confirma nesse simples olhar

Quando eu olho pra você eu vejo o amor de Deus
Pois percebo o cuidado que Ele tem comigo
Ao colocar em meu caminho as pessoas certas nas horas certas
E por isso, quando eu olho pra você eu agradeço ao meu bom Pai
Por mais uma benção que Ele me concedeu

E não importa o que aconteça
Um olhar é suficiente
para que um sentimento inexplicável surja em meu coração
E quando isso acontece
Eu tenho a plena certeza do quanto eu amo você.

By Neliane Viana (16.07.2012)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Voltas



Poesia sem métrica ou rimas
É menos poema
E mais desabafo em versos
Nasce quando a angústia
Exige expurgo
Mas a prosa soa por demais prosaica
Para o que as palavras querem exorcizar
Assim, a confissão se divide sozinha
Quebrando-se naturalmente em versos
Que por serem tijolos da poesia
Supostamente evocam o sentimento
Que um simples parágrafo ocultaria
Esta é a beleza de um poema:
Se expõe com verdade seu motivo
Não precisa ser belo, elegante ou novo
Que exista é o que basta
A ironia é que chego ao desfecho
Sem confessar o impulso do desabafo
Dei voltas na forma da expressão
Confessando minha pobreza poética
E evitei a intimidade da confissão
E se rimei ao final, foi acidente – não estética
By Pablo Villaça

terça-feira, 3 de julho de 2012

Se um não quer



Se um não quer, dois não brigam
Se um não quer, não há amizade
Se um não quer, o contrato não é formando
Se um não quer, não há emprego
Se um não quer, dois não se reconciliam
Se um não quer, não existe compra e venda
Se um não quer, dois não se casam
Se um não quer, não há parceria
Se um não quer, dois não jogam ping pong
Se um não quer, não há diálogo
Se um não quer, não há sociedade
Se um não quer, dois não se relacionam
Mas se um não quer, ainda assim, há amor.
O amor não precisa de reciprocidade para existir, nem mesmo depende exatamente da vontade, ele apenas existe.
Dentre tantas coisas, o amor seria o mais adequado para depender de duas pessoas. Se assim o fosse, o sofrimento de inúmeros corações teria sido evitado.
Mas não é bem assim que acontece. Quando o assunto é o amor, se um não quer amar, o outro, ainda assim, pode continuar amando. E não há nada que se possa fazer.

by Neliane Viana